terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Baseado em factos reais

É bonito ver a solidariedade dos outros em acção. Quem é que nunca ficou tocado pela bondade alheia, genuína e desinteressada? Quem é que nunca teve vontade de seguir algo parecido com os “favores em cadeia” e dar início a uma corrente de actos nobres e sentidos, despojados de reconhecimento público, mas apenas pelo simples prazer de fazer o Bem, promovendo a harmonia e esse sentimento fugaz de felicidade pela realização de uma boa-acção a outros?
Deve ter sido mais ou menos isto que deve ter passado pela cabeça de uma determinada pessoa minha conhecida, quando me resolveu “oferecer” um emprego a tempo inteiro remunerado bastante abaixo do salário mínimo nacional… por ser um favor que me está a fazer.
E eu? Eu primeiro fiquei boquiaberta. Depois tentei assimilar a informação e sobretudo a justificação e por último tive de declinar tão nobre “convite”. Que fazer? Sou uma ingrata, está visto.

(Isto teria graça se não tivesse sido real)

4 comentários:

  1. e agora envias-lhe aquela crónica do lobo antunes sobre os pobrezinhos. ou a entrevista da maria filomena mónica onde ela diz que os ricos precisam dos pobres para exercer a caridade (acrescento eu: e a moralidade).

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    1. Ou aquela tira da Susaninha e da Mafalda (do Quino) também sobre os pobres.
      Ainda por cima nem sequer era um emprego compatível com o salário mínimo. Isto está tudo entregue à bicharada... As pessoas nem têm noção.

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  2. Epá, nem consigo dizer o que isto me enfurece. Trabalho não é caridade, é uma troca. Um trabalha, o outro paga, simples. Tem que ver com dignidade e uma série de outros conceitos que essa gente decerto não atinge. Dar trabalho a uma pessoa não é um favor, e pagá-lo ainda menos.

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    1. Pagá-lo com o mínimo de dignidade, isto é, horário inteiro, salario inteiro. E já nem vou pela especificidade do dito trabalho, porque o que não falta por aí é trabalho qualificado pago com SMN, mas porra, pelo menos o SMN. E isso não é favor nenhum. Tenho infelizmente colecionado mais umas perolas, nestes entretantos. Eu dia destes em que precise de purgar mais mau humor, eu partilho.

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