sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Mixed feelings

Algures na memória, há uma porta que se abre por estes dias. Às vezes tento fechá-la com força, num estrondo que abafe tudo o resto. Noutras deixo as lembranças vaguearem à solta, sem castrações. Como se não fossem mais do que simples visitas de passagem, que param para beber um chá quente e rapidamente seguem o seu caminho. Não sei como se faz para não deixar morrer as memórias que tão depressa nos assolam como nos confortam.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Álbum de fotografias #1


Lá fora alguém dedilha o velhinho Borbujas de amor, enquanto o meu metro e quatro de gente me ajuda a enfeitar a árvore de Natal. A lareira crepita pela primeira vez este ano e diz que lá fora está frio. Em cima da mesa está a primeira carta ditada ao Pai Natal com dois desejos apenas e uma promessa de bom comportamento. Ainda há tempo para uma birra que isto de esperar quase três semanas para ter o que se deseja muito não se compadece com a urgência de brincar. O Pai Natal vem amanhã, mãe? Eu porto-me bem… Bons são estes tempos em que o comportamento dita a conquista das pretensões.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ténis de mesa

Se há coisa para a qual não tenho paciência é para ténis de mesa. Sistema informático em baixa: utente paga a taxa máxima. Ping. Contacto com a entidade prestadora de serviços: não fazemos reembolsos. Contacte os serviços médicos do sindicato. Pong. Sem declaração da entidade prestadora a indicar a causa de ter pago a taxa máxima, não há reembolso. Ping. Novo pedido de declaração sobre a causa de não pagamento. Pong. Aguarde pelo envio da mesma. Depois ainda há que preencher 3500 papeis a explicar tuuuuuuuuuudo muito bem explicadinho e esperar para que o pedido de reembolso seja aceite. Ping. E entretanto a malta vai pagando e não bufando. Até ao dia em que se resolve partir a mesa toda. E depois dizem que tenho mau perder.Pong.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Os palhaços e o circo

Anda tudo ao mesmo. “Não há dinheiro” dizem. Para se ter um ensino de qualidade é preciso recorrer a outras formas de financiamento. Por isso aumentam-se as propinas. “Não há dinheiro” insistem. Por isso recusam-se prorrogações de prazos para entrega de dissertações, ainda que as propinas já pagas incluam o período de tempo para o qual se pediu adiamento, e obrigando, por isso, a nova inscrição (e novo pagamento de propinas). “Não há dinheiro” reiteram. Para a instituição obter/manter a credibilidade junto dos seus pares é importante a apresentação de artigos em conferências. Por isso pede-se para serem os alunos a suportarem todas as despesas inerentes a esse processo, sem qualquer tipo de ajuda ou isenção financeira. O problema não é apenas a falta de dinheiro e de financiamento. O problema é que, andando tudo ao mesmo, há os que gostam de palhaçadas e os que preferem outro tipo de divertimento. E calha dar-se o caso de eu não gostar de ir ao circo.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Ás vezes também me dá para isto...


 
 
E eu faço tantas vezes a mesma coisa...

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Tic-tac, tic-tac,… sim, sim, era mesmo disto que eu estava a precisar

Senhores da IKEA,
Obrigada, mas dispenso a pressão para criar uma frase toda catita, que vocês depois irão usar como bem vos aprouver. Gosto de vocês, a sério que gosto. Até tenho imensa coisa vossa aqui em casa, mas convenhamos, perder o meu tempo (tic-tac, tic-tac) a pensar em algo para vosso benefício, apenas para ter a honra suprema de receber o vosso catálogo dias ou semanas antes dos outros (não membros), digamos que é assim… como direi… pouco estimulante. Lamento. Continuo a gostar de vocês, mas se querem mesmo que eu perca tempo com coisas desse género, talvez fosse melhor elevar um pouco mais a fasquia.
De nada.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O fim do mundo em cuecas

As novas ideias de negócio criadas a partir das plataformas web. A-D-O-R-O. Normalmente dão origem a umas boas gargalhadas.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Já dizia Sócrates

Durante anos saí diariamente na Cidade Universitária. Muitas vezes ensonada, outras apenas cansada, mas quase sempre expectante em relação ao dia que ia ter. E invariavelmente, à semelhança dos outros milhares que por ali passam diariamente, era confrontada com a célebre frase de Sócrates “não sou grego nem ateniense mas sim um cidadão do mundo”. Tantas vezes dei por mim a pensar em ganhar mundo, em conhecer melhor o que estava para lá do aparente, do quotidiano, das minhas fronteiras. Eu, que sempre tive tantos limites para ultrapassar, via naquela frase uma espécie de libertação, que me fazia sorrir.
Agora já não passo pela Cidade Universitária. Em vez disso, nesta ruralidade que me envolve, olho para o calendário e reparo que estás cada vez mais perto de iniciar uma nova etapa. Cá dentro mora um sentimento de ambiguidade. Se por um lado me sinto feliz por te ver a crescer, e a data que se aproxima no calendário é apenas mais uma constatação disso, por outro lado tomo consciência que és cada vez mais do mundo e menos “nosso”. Até aqui acompanhei todas as tuas conquistas, vi-te cair muitas vezes, deixei-te cair em algumas e evitei outras tantas, mas em todas estive presente. Agora tenho de aprender a que é altura de saíres debaixo das minhas saias, ganhares o teu espaço, fazeres as tuas descobertas, ansiar pelas histórias que irás trazer no fim do dia. É altura de começares a ganhar mundo (e se o mundo tem tanto para oferecer!). Porque afinal, embora sejas sempre uma parte de mim, és também cada vez mais dos outros, do que te rodeia e sobretudo és cada vez mais tu próprio.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Here we go again

Ano em que não tenha de ir às finanças explicar divergências no IRS não é um ano normal. E lá vou outra vez, de papel em riste, mostrar o que me foi enviado pelas entidades competentes e que o sistema diz que não, que não pode ser. A sério, gente, isto cansa. Toooooooodos os anos é a mesma coisa. Já estou a ver que vou ter de esperar outra vez por Agosto para ver a cor dele. Triste sina a minha…

terça-feira, 10 de junho de 2014

Xi Patrão!

Este blogue anda mesmo aos caídos… Bom, vamos lá limpar o pó, passar a esfregona pelo chão e limpar as teias de aranha. Ando a precisar, novamente, de ter um poiso onde possa perder algum tempo a dizer coisa nenhuma, para bem da minha sanidade mental. ProntUS, já puxei de uma cadeira. Agora é só deixar a parvoíce sair, ou entrar, que isto da vida é tudo muito relativo e depende sempre do ponto de vista do parvo (parva, neste caso) em causa. Prevejo a aproximação de tempos em que a qualidade e originalidade do discurso vai variar entre o mauzinho e o sofrível, decaindo para o medíocre nas alturas em que sentir que estou claramente a descompensar. Mas, que andas tu a fazer, Anna Blue, que te leva assim o discernimento? Bem, para além de estar a trabalhar 10h por dia, ter a tese de mestrado para escrever, pretender ser um membro desta família minimamente presente e ainda conseguir a proeza de não deixar acabar as meias e cuecas limpas*, basicamente tento dormir. Mas como ando à base de cafés e muito stressadinha da silva, para além disto tudo ainda tenho insónias. E o que faz uma pessoa com insónias? O que é? O que é? Ora bem, vai limpar qualquer coisa, só assim naquela de cansar mais o esqueleto e dormir melhor. E prontUS! Com este maravilhoso final, faço a ligação com o início do post e dou por concluída a primeira parte desta trágico-comédia. À suivre...

*(e a fineza deste post que na mesma frase junta mestrado, meias e cuecas, hã?)

sexta-feira, 4 de abril de 2014

quarta-feira, 5 de março de 2014

Disto de sair do país

Neste momento podia ter uma vida material melhor se tivesse aceitado uma proposta de trabalho no estrangeiro. Mas seria para mim impossível viver longe do meu filho. Levá-lo comigo e perder a ligação aos avós e ao pai seria igualmente incomportável. Levá-los ambos comigo não se traduziria em melhoria financeira uma vez que iria para uma das cidades mais caras do mundo, onde a educação com o mínimo de qualidade apenas é possível no sector privado e a preços exorbitantes.
Para mim a emigração não é solução.
Sei que não seria capaz de suportar a distância e a ausência. É por isso que, sempre que sei que mais alguém das minhas relações emigrou, fico triste e não consigo deixar de pensar que se trata de pessoas grandes, maiores, capazes de segurar amordaçado o coração e aguentar a saudade do lado de lá do skype. Eu não sou capaz. Talvez tenha de comer o pão que o diabo amassou, ou talvez não possa proporcionar uma pequena parte do que sonhei para o meu filho, mas sei que, enquanto puder vê-lo acordar de manhã feliz, isso é e será sempre a validação desta decisão. Triste país este que obriga a tantas partidas e a tanta ausência. 
Merecíamos melhor.
Todos nós.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

(...)

Os dias correm iguais.
Não passam de espaços com nomes diferentes.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Bem-vindos ao Terceiro Mundo

Quando faltam pensos, pilhas para os instrumentos de medição e não há disponíveis vacinas do plano nacional de vacinação, nem tão pouco sabem quando as voltam a ter, algo vai muito mal no reino de Portugal. Mas o povo é sereno, o Cristiano Ronaldo é o maior e isso é que é importante.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Descobrir a pólvora

Desde que fiquei no desemprego que têm sido inúmeros os currículos que enviei. E destes apenas uma parte residual teve resposta. O que eu acho deveras curioso é a opção que algumas empresas encontram para descobrirem o candidato ideal. Lançam o desafio de lhes enviarmos uma ideia fabulástica que alicerce o porquê de sermos uma mais-valia na empresa, uma ideia de negócio, com o respectivo retorno económico e depois logo avaliam o potencial do candidato. Eu até gosto de ser desafiada e colocar os neurónios a trabalhar mas quando isto começa a ser o modus operandi normal em processos de recrutamento, começa a cheirar a esturro. Primeiro porque ninguém me garante que, tendo uma boa ideia, esta não será aproveitada pela empresa sem que o candidato seja efectivamente integrado no projecto. E depois apenas mostra que nesta altura de crise vale quase tudo, naquilo que me parece ser cada vez mais uma exploração de quem está nesta situação. Ou seja, quer-me cá parecer que estas novas empresas que aparecem e que se dizem muito inovadoras na realidade vão buscar muita da inovação que apregoam às ideias que pedem nos processos de recrutamento. Se 20 candidatos responderem ao desafio e mostrarem 20 ideias com retorno económico, uma empresa que tem apenas o conceito geral se calhar até consegue ir longe. Se calhar consegue ir mesmo muito longe. Apenas tenho as minhas dúvidas se os 20 candidatos terão a mesma sorte.